quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Enfrente-me

Breves sussurros, breves lamentos, breves dias...breve sóis...breve sono.
Não te vejo, não te tenho, não te conheço, não me aborreço.
Das minhas insígnias sei eu, só eu conheço a dor que carrego pra respirar. Minha defesa é o ataque, meu estandarte a vida se encarrega de lidar.
Não pergunto as verdades de minhas palavras, pois com o erro delas, somente eu sei lidar. Sofro as conseqüências de meus erros de peito aberto..."que me atirem no peito"...não me retiro de acusações.
Sei lidar com o que é certo, com o que é novo, com o que é sonho, com o que é ilusão...mas não sei lidar com meu medo, afeita que sou a ter sempre coragem. Meu medo me impede de aceitar meias verdades, me impede de aceitar outros medos, me impede de encarar "oportunidades" que nada podem me dar em troca.
Sou tacanha, sou marrenta, sou volúvel e perspicaz e eu não pedi pra ninguém gostar disso. Eu não evito o fim do mundo...eu corro para ele...não corro pra me salvar...eu corro pra ver onde é o fogo...eu não tenho medo de perder...tenho medo de não ganhar...eu não evito o término..eu corro pra escrever "FIM" nele.
O que sou? Marinheira de primeira estrada, portatora da fé na vida, a primeira a dizer sim, e a última a dizer não, a que nunca vai faltar coragem pra dizer qualquer palavra, a que SEMPRE sorri pra vida não por achar que ela é bela...mas por saber enfrentar o que não é.
Tenho comigo coração pequeno e costas largas. No coração é bem vindo somente aquele que quer, não carrego no peito nenhum mal querer, é pequeno porque carrega só aqueles que fazem valer a pena aqui estar. Nas costas carrego tudo que me importa, fiz dela larga pra proteger os que carrego dentro de mim...não tenho medo de lutar pelos meus.
Não quero que mudem, não quero que estudem, não quero que morram por mim. Não sou definível, não sou decifrável, não sou doce, e também não sou amarga.
E se isso te for muito pouco...sinto muito...mas quem disse que eu seria alguma coisa por alguém?



Mayra ou Pandora...nesse caso tanto faz!

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

16:57

A ausência justifica a carência, a qual desabitual, e portanto são desconhecidos os meios de lidar com a tal.
Não é mal vinda, tampouco bem vinda. Simplesmente está ali ansiosa e desinibida.
Palavras lançadas aos ouvidos em vão, por mera desilusão ou mesmo verdade, não se sabe, apenas incoerentes com a realidade.
Não se atente a insegurança, inerente a mudança, que de meus olhos sangram de tanta coragem, em busca de uma continua "mais uma chance".
Paradoxalmente em meu seio mais amores, nos meus atos mais intrigas. Estes mascarados pela indiferença que inexiste, mas ao menos não te amola por suas dores.
No olhar a sensibilidade, nas palavras inconcluídas há sempre pensamentos perdidos.
Que lindo viver conscientemente no escuro de não saber, por se permitir sentir e viver, pois nesse caso a luz faz a retina arder.
Quanto incolor se vê daqui e gera anseio de encontrar um único olhar, no qual há predominância de minhas nuances prediletas para remeter a ares que transformem todas as inferências ofendidas em apenas lembranças descabidas e alegremente bem vividas.

...Nay...

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Letras pros meus versos

Dê cá meus sonhos, meus sorrisos, minhas lembranças, minhas alegrias. Dê cá.
Dê cá todos os meus murmúrios, meus infortúnios, o meu chorar, o meu negar. Dê cá.
Dê cá o que faz de mim, o que fiz de mim, o que faz por mim, o que faço por mim. Dê cá.
Dê cá que eu não nego. Dê cá que eu te peço.
De tudo isso farei poesia, farei meu dia, meu caminhar.
Dê cá e criarei versos, meu dialeto, meu mundo completo sem nenhum esgar.
Dê cá suas reticências, sua suposta inocência, sua vontade de amar.Dê cá.
Dê cá aquilo do que vive, o que te reprime, todas suas crises. Dê cá.
Dê cá os seus mistérios, sua vida sofrida, o seu pensar. Dê cá.
Dê cá o seu lamento, o seu momento, o seu negar. Dê cá.
De tudo isso farei prosa, farei uma rota, tomarei nota pro meu andar.
Dê cá todas as suas peças obsoletas...nas minhas letras vão se encaixar
Dê cá que minha rota é longa e por todo esse caminho preciso ter o que contar.

Dê cá.


Mayra

terça-feira, 27 de outubro de 2009

É caminhar.

Sobretudo quando te olho, meu destino, sinto que cada peça de mim se encontra na mais perfeita sincronia. Não existe dúvidas sobre quem sou quando posso me visualizar vivendo pra ti...meu caminho, minha vida.
Sempre soube que de certa forma sou uma daquelas peças que não se encaixam em algum lugar...que parecem que existem no mundo pra viverem fora do quebra-cabeça...jamais encontrei o verdadeiro sentido, seja no amor, seja na dor, para viver essa vida de tantos...e quantas vezes tentei me adaptar no que pra maioria é o único modo de vida.
Quantas dores me incuti, tentando em vão, cortar algumas arestas de mim, tentando me adaptar a esse estilo de vida tão ordinário. Destino, destino...nunca deixou que houvesse qualquer motivo para adaptação...sempre que estava quase lá...ele vinha e me mostrava que meu caminho não era por ali.
Mas te escuto agora meu destino! Mesmo havendo, talvez, perdas, eu luto por ti! Agora que sei de você não deixarei que vá embora...não deixarei que vire um sonho perdido na névoa do que não soube fazer de mim. Você é meu...e eu sei disso...e nada irá me impedir de te buscar.
"Pergunte a um homem: Onde queres chegar?...Ele irá te responder apontando seu dedo em alguma direção: Lá!...Mostre a esse homem todos os obstáculos que encontrará ele nesse caminho que deseja seguir...enumere cada um deles....Se ele insistir ainda: É lá!....é porque é realmente lá que esse homem deve estar."
Meu destino, minha vida....me apontou um caminho... ri ao perceber que era uma estrada...tão óbvio (por isso não me encaixava)...ainda rindo abaixo o rosto, vendo meus pés fazendo silenciosamente a rota que me leva para "lá"....
Meu caminho? É caminhar.


Mayra

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Raio X

De seus mistérios já não tenho ânsia de saber.
Quando antes estou focada em decifrar os meus, que me soam mais naturais e intrigantes.
Até porque seus recônditos se assemelham aos meus, então uma vez compreendidos os meus, já não há mistério nos seus.
Desnecessário te questionar, pois nossas analogias te tornam cogniscível, prevísivel e revelado, mas não menos interessante e/ou fascinante, justo por eu bem as conhecê-las.
Eu posso te ver...quase sem olhar!


Eu sou o líquido que escorre por entre seus dedos, quando em punho cerras a mão...e não mais possui.

...Nay..
.

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Carta

Camarada,
Não pude deixar de notar em seus últimos versos sua completa desilusão quanto as coisas da vida. Tenho de lhe dizer que em muito concordo com você, não há e nunca haverá, como bem disse, o bem estar completo...aquela doce quimera de que se pode ter tudo, que tantos no mundo insistem em acreditar, é realmente um dos pensamentos mais falhos de nossa sociedade.
Fomos dotados, eu e você, de pés bem plantados ao chão, somos alienados ao sentimentalismo barato, e - infelizmente - vemos a vida como ela é...sem sonhos e metamorfoses. Acreditamos naquilo que existe, deixando as trapalhadas de uma doce ilusão de fora de nossas vidas. Não nos prendemos aos contos de fadas contados nas nossas infâncias...
Porém,não posso concordar quando diz que nada no mundo poderia ferir a seres como nós. Fere sim, e fere mais fundo...porque caro amigo, não revestimos com palavras doces a rotina de nosso vocabulário...porque arrancamos toda a bela roupagem do que nos dizem. Enxergamos através da beleza de cada linha escrita ou palavra falada e vemos a verdade, nua e crua...e isso, caríssimo, nos despedaça. Se pudéssemos ao menos acreditar nas lindas palavras que dizem o que não querem dizer...se como loucos não arrancassemos cada doçura contida em uma sentença, deixando ali naquela frase somente o que ela realmente quer dizer...seriamos felizes...iludidos...mas felizes.
Dera eu sonhar, como tantas, com um novo longo amor. Dera eu acreditar na palavra "Sempre". Dera eu ter coração de uma menina que se apaixona tão fácil. Dera eu ter a coragem de amar. Quem dera eu, meu amigo, sucumbir a um pequeno toque. Seria sim, mais feliz.
Mas não posso admitir a sua desilusão quanto à vida. Não é a vida que é errada, somos nós, seres humanos, com todos nossos enredos, novelas particulares, dramas, especulações e medos que estragamos tudo. Somos, eu, você, e pessoas como nós, infelizes... Infelizes por vermos tudo isso sem participar. Certeza tenho de que se fôssemos como eles, seriamos muito felizes... entenderíamos a trama de toda essa novela que armam dia a dia... cairíamos como eles caem, nos levantaríamos com a mesma facilidade, inventariamos problemas e angústias para tudo que vivemos...e sim...seriamos ilusória e perfeitamente felizes. Mas para nós, nos resta assistir, argumentar as vezes, tentar decifrar esse jogo que eles jogam...Nos resta tentar participar vez ou outra, palpitar e pedir explicações...entretanto tão logo nos perturbamos com suas maquinações o melhor a fazer é sair e assistir novamente..tentando, quem sabe, ao menos, achar graça.
Quanto a vida, não se desiluda. Vida é o teu respirar...corra muito até se cansar...e se sente no chão...perceba como o ar que entra em seus pulmões rapidamente devolve ao seu coração um ritmo cada vez mais desacelerado...Vida é o vento que sopra em seus ouvidos as maiores verdades do mundo...Vida é a certeza do dia de hoje...não a ilusão do que será o dia de amanhã. Viver ultrapassa qualquer limite...é algo único e que tem só uma linha reta...as pessoas que insistem em cortar, remendar, adulterar essa contínua linha.
Enquanto, querido amigo, buscar certeza nas pessoas para explicar cada momento da sua vida, deixará escapar entre seus dedos cada graça que poderia ter segurado em suas mãos. Enquanto permitir que seus pensamentos interfiram no que há de mais nobre, que é viver, continuará a manter sobre si vendas que já diz ter tirado de seus olhos.
Somente haverá felicidade para pessoas como nós quando soubermos lidar com o que somos. E então sim. Seremos felizes.


Sem mais, sou grata por suas palavras.

Mayra

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Feliz Aniversário!

O Dia sorriu p mim!

Com toda graça sagrada!

Com seu melhor Bom dia!


Meu dia por direito

Direito de viver e sorrir

Direito de mais uma chance

Direito de continuar

Minha obrigação é somente cumprir.


Ganhei todas as estações

Desde o mais belo alvor com seu calor aspirante repleto de dizeres de bom dia. Logo, o azul entre nuvens. Suas trovoadas soavam como sermões e reflexões. O vento transportou todos os fardos para bem distante. Na chuva vontade de dançar, piruetas ao ar, oferecer a face para as gotas realizarem meu asseio, e então um genuíno sorriso surgir.


Meu anelo é que Deus venha meus passos conduzir.

Que cada sentimento seja intenso e decisivo

Cada pensamento ponderado e ratificado

Cada lembrança gravada e relembrada

Cada aprendizado somatizado e então ensinado.


Que os bons presságios destinados a mim continuem a se concretizar, mas que a partir de agora todas as forças impulsionem com mais intensidade.

Que não haja mais contingentes se assim for auspicioso.

Sempre acreditei e vivi tudo a seu tempo, sem pressa de soma na idade, mas em determinados momentos com surtos de aceleração, pois preciso de precisão.

Hoje é a chave fundamental para desencadear a realização de meus almejos.

Não há estratificação, apenas oscilações.


Hoje quero pensar em todos participantes de minha jornada e ainda poder olhar a cada um. Aos que acrescentaram, meus singelos agradecimentos. Meu mundo se torna melhor por vocês. Aos que por acaso tentaram subtrair, me desculpem por muitas vezes não permitir, ou quando permitido somente a subtração do que eu julgo necessário, mas ainda assim se tornam especiais para mim, pois por toda vida sempre precisarei de vocês.

Minha história é contada por todos aqueles que eu tive o privilégio de conhecer, compartilhar e ser agraciada por suas loucuras, austeridades, ensinamentos, gestos, risos, lagrimas, enfim, momentos. E não são efêmeros pois permanecem em mim.

Que não seja comemorado apenas meu nascimento, pois ainda não sei o bem maior que fiz/farei pelo mundo, mas sim a vida de todos aqueles que me cercam e amo.


Absorvi com esperança, olhos marejados e cheios de fulgor todos os votos recebidos pelos amigos. E que os anjos digam amem, todos os anjos que passaram por minha vida.


Que é um dia especial, disso não tenho a menor duvida!

...Nay...

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Caminho

Subitamente um som me alcança. Sinto o cheiro.Diferentes temperaturas e texturas dominam o meu tato.
No horizonte as cores...elas estão em euforia.
Olho ao meu redor.
De todo lugar que eu poderia estar, eu sei, cheguei onde queria.
Maravilho-me em lembrar que o que me levou para o acalento desse lugar foi a dor das minhas pernas e costas, o meu suor e pele queimada do sol. Penso que por isso a vista se torne ainda mais magnífica.
Respiro. O ar é diferente. Não leva somente oxigênio pros meus pulmões, mas também vida, felicidade....realização.
Olho pro céu e o sol já vai alto. Aos meus pés, aonde talvez minha vista nem posso alcançar sua completa imensidão, está o que deixei.
Sufoco-me. É muita coisa pra deixar pra trás.
Mas novamente aquele som...impossível não sorrir...fechar os olhos é algo quase instintivo.
Não..não preciso deixar nada do que está aos meus pés para trás, mas não preciso muito menos abandonar esse lugar aonde tão arduamente cheguei.
Jamais se abandona aquilo do que é feito.
Uma última olhada...Que vontade de ficar. Envolvida pela mata meus sentidos se aguçam e na beirada de um alto morro surge a vontade de pular. Sei que não é um impulso suicida....sobretudo sei que é uma vontade de viver ainda mais...Ah se eu pudesse voar!
A brisa que sopra não é a toa...ela leva de mim o que não posso mais carregar...me deixa um pouco mais de alma.
Desço, e aos poucos aquele rio que nasce, a mata fechada, o cheiro da terra, a beleza das cores e formas vão ficando pra trás.
Deixo somente as minhas pegadas, levo somente as minhas memórias.
Fico com uma certeza boa...a certeza de que o que busco, o que procuro, o que desejo, talvez até não tenha um nome...mas sei como faz eu me sentir. Porque é quando cada célula do meu corpo vibra, quando sinto que sou e vou além de mim mesma é que encontro o que busco.
Não me deixo enganar. Sou uma eterna caminhante.

Por Mayra

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

John Lennon, fale por mim...

Empresto as palavras do John Lennon pra expressar certas certezas minhas:

"Fizeram a gente acreditar que amor mesmo, amor pra valer, só acontece uma vez, geralmente antes dos 30 anos.
Não contaram pra nós que amor não é acionado, nem chega com hora marcada.
Fizeram a gente acreditar que cada um de nós é a metade de uma laranja, e que a vida só ganha sentido quando encontramos a outra metade.
Não contaram que já nascemos inteiros, que ninguém em nossa vida merece carregar nas costas a responsabilidade de completar o que nos falta: a gente cresce através da gente mesmo.
Se estivermos em boa companhia, é só mais agradável.
Fizeram a gente acreditar numa fórmula chamada "dois em um": duas pessoas pensando igual, agindo igual, que era isso que funcionava.
Não nos contaram que isso tem nome: anulação. Que só sendo indivíduos com personalidade própria é que poderemos ter uma relação saudável.
Fizeram a gente acreditar que casamento é obrigatório e que desejos fora de hora devem ser reprimidos.
Fizeram a gente acreditar que os bonitos e magros são mais amados, que os que transam pouco são caretas, que os que transam muito não são confiáveis, e que sempre haverá um chinelo velho para um pé torto.
Só não disseram que existe muito mais cabeça torta do que pé torto.
Fizeram a gente acreditar que só há uma fórmula de ser feliz, a mesma para todos, e os que escapam dela estão condenados à marginalidade.
Não nos contaram que estas fórmulas dão errado, frustram as pessoas, são alienantes, e que podemos tentar outras alternativas.
Ah, também não contaram que ninguém vai contar isso tudo pra gente.
Cada um vai ter que descobrir sozinho. E aí, quando você estiver muito apaixonado por você mesmo, vai poder ser muito feliz e se apaixonar por alguém"

(John Lennon)

Palavras roubadas de John Lennon por Mayra

Ps: Roo, cada dia mais querido! Valeu pelo texto!

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Ambiente esterelizado

Não foi um ato voluntário pegar letras e papéis esquecidos e ligar à você. Você estava lá...perdido e confusamente jogado num dos cantos mais remotos e estéreis de mim, mas sua voz falou tão alto que não tinha como não ecoar até onde estou.
Mas agora não é você...é aquele alguém que me incomoda. Não..não..não tente me lembrar que tudo foi bom e que agora eu deveria deixar esse alguém entrar...nem me venha falar que eu deveria me dar uma segunda chance.
Tá certo que o sorriso desse certo alguém desconcerta...tá certo que com ele é fácil ser e gostar de mim...certo que a vontade de ficar encolhida naqueles braços é grande...certo ver que a independencia dele só iria agradar ainda mais a minha..é verdade..eu sei...com ele eu posso falar e usar das minhas bobagens sem ser julgada...e também é verdade que ele sempre enxerga por detrás de toda minha brabeza e insiste que sou meiga.
Só que isso não muda nada..não importa quantas vezes essas cartas, letras, vidas esquecidas venham até aqui me dizer pra só mais uma vez me deixar levar, tentando me lembrar o quanto é bom ser um pouco cuidada também, eu não quero e não vou me deixar levar...isso aqui, agora, é ambiente esterelizado...então por favor...limpe os pés antes de entrar, e não traga nada...mas nada...que remeta a você..ou melhor agora...a ele...que eu não vou deixar entrar.


Por Mayra

Quero encurtar a longa distancia que separa a vida de tanta ignorancia



...Nay...

domingo, 23 de agosto de 2009




...Nay...

Fugitiva...

Tão longe!...mas estou a caminho!

...Nay...

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Fora do mundo

Quando me vi estava aqui...completa e obscuramente insegura sobre quem sou.
Quando percebi estava a beira do precipicio, quase me deixando sufocar pelas inverdades do mundo e tomando-as pelas minhas certezas.
Quando senti meu corpo estava frio e nem todo calor do mundo poderia esquentá-lo.
Quando chorei, pensei ter chorado, as lágrimas já tinham estiado.
Quando corri perdi minhas pegadas...perdi o chão..perdi a viagem...
E então eu cai.
Mas quando cai não encontrei o chão...caí no céu. Eu estava de cabeça pra baixo...e...me achei.
De cabeça pra baixo eu vejo o mundo, quando o mundo cai ele vem pra mim...se encaixa em mim..se encontra em mim...e agora só de cabeça pra baixo eu vejo o mundo.
Eu vivo de cabeça pra baixo e não estou no mundo...eu só estou por aí...


Por Mayra

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Contagem regressiva para?

Dias seguidos de um amanhã que nunca chega...rotineiramente acostumando-se a ideia de esperar...
Conjugar os verbos ser e estar pode ser melancolico, ainda mais quando o verdadeiro sentido está encoberto por uma espessa camada de hipocresia.
Chegar a algum lugar é inevitável, mas melhor seria chegar ao lugar que se quer. Os dias que se arrastam e que terminam num esgar não poderiam ser tão poucamente notáveis e notados.
Certeza tenho de que se fosse para os dias serem apenas folhinhas arrancadas de um calendário, eles não nasceriam tão belos com o sol e nem se findariam tão nostalgicos com a lua...então qual o sentido de viver cada dia como se fosse uma espera de algo que está por vir?
Se tivesse um machadinho já teria cortado essas cordas que me prendem ao chão e já teria aprendido a deixar o vento controlar o meu destino...mas me falta o machadinho...me falta o machadinho...


Por Mayra..ou Pandora...é...definitivamente por Pandora.

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Sra. Mentira

Venho por meio desta oferecer-lhe meus mais sinceros votos de más vindas!
Tenho tanto a te cobrar, tanto a questionar e contestar, e estou certa de que retornará respostas. Claro, sejam elas nulas, meias verdades ou falsas em sua totalidade.

Fizestes parte de minha infância com suas falsas e convictas verdades, me proporcionando alegrias e muitos sorrisos, bem como segurança e certezas ditas inabaláveis.
Não poderia deixar de citar que mesmo após anos permanecestes a meu lado, tanto nas horas boas como nas piores, e que assim como eu crescestes e amadurecestes muito também.
Descobri o quão abrangedora e (des) necessaria és. Não és egoísta, pois compartilhou suas "verdades" com tantos que até estavam fora de minha cogitação, envolvendo-os em seus trabalhos mesmo que involuntariamente.

Me ensinastes tanto! Aprendi a não mentir!...ou melhor, aprendi a mentir e muito bem. Descobri que sou capaz de proferir palavras mascaradas olhando em olhos alheios e que ao contrário do que muitos dizem é muito fácil de se fazer e sendo assim não acredito nos olhos que te ditam...mas descobri que não posso conviver com uma mentira, que não a suporto de tão abominável que és, que és devastora e companheira, esta ultima qualidade se deve ao fato de não se desprender de minha vida mesmo depois de tanto tempo, repetindo os mesmos contos. O pior é que não foi iniciada e nem anunciada por mim, mas participei como personagem secundario atuando como uma vitima cega sendo atropelada por um caminhão cheio de mentirinhas!

O mais incrível é seu dom criativo de inventar histórias e a velocidade com que age, e como se não bastasse ainda projeta em outras pessoas o seu maior defeito. Impressionante como se somatiza e ainda não deu nó! Somente nó na garganta, nó nos pensamentos, nó no âmago e em certos sentimentos, mas isso não tem importância para ti, não é verdade?!

Se por ventura de mim saisses descaracterizaria o meu "eu", então uma vez que não fazes parte de meu perfil e ofende todos os meus meros pricípios, o meu "eu" não mente.
Inegável que estas presente em meu interior, mas as mentiras que conto são para mim mesma.

Sendo assim, declaro que não a aceito vestida ou revestida de forma alguma, que de minha boca tu não sai!
E para cumprir essa promessa, espero que nunca haja nenhuma necessidade extrema oportuna a sua chegada, e obrigada por nunca ter sido necessária para mim.

Perdoe-me por muitas vezes lhe preterir mas é que condeno a hipocrisia.

Agradeço o ensinamento

Srta. Enganada

...Nay...

terça-feira, 16 de junho de 2009

Ao amanhecer

Se eu gritar, provavelmente irei te acordar.
Mas ai, é só me por segura em seus braços, e colocar-me para dormir, aquecida em colo.
E se eu não adormecer logo, conte-me sobre suas histórias mais banais e aguarde pelo meu sono, meu refúgio.
E se eu parecer pertubada durante o sono, apenas acaricie minha cabeça para que eu transforme meus pesadelos em sonhos.
E eu sei que amanhã será um lindo dia!

...Nay...

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Brotou!

Sementinhas?! Espero ter arrancado pela raíz essa erva daninha!

...Nay...

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Mãos geladas

Em suas mãos geladas ela carrega um pouco de ternura,não dessas ternuras contínuas ao ser, a dela é mais uma ternura fugaz, líquida, que ela carrega no frio pra tentar se esquentar um pouco.
O frio a espanta, a torna covarde, a deixa ansiosa, pouco ousada e mais pacífica....coisas tão distintas ao seu ser. Seu único desejo é um copo de algum líquido quente, ou que suas mãos esquentem um pouco a dela.
Ela está mudada, mas as mudanças que carrega externamente são só um lampejo do que acontece internamente, mas o que ocorre é menos por ela e mais uma resposta ao mundo, com quem ela está constantemente querendo guerrear, exigir, reinvidicar e até mesmo implorar por melhoras. Talvez ela pense que um visual mais agressivo traga soluções mais rápidas e precisas. Mas no frio ela se resume a alguém que precisa minimiza-lo. A alguém que precisa ter suas mãos aquecidas.
Ela talvez goste tanto do sol do verão porque ele a permite ser mais amplamente quem ela é, o inverno faz com que queira aconchego, colo, carinho...faz com que ela queira ficar um, dois, três minutinhos deitada, quietinha, num abraço...esquecendo de ser, parecer, querer mostrar uma pessoa tão dura e sem romantismo.


Por Mayra.

Arcadismo


Poderia permanecer aqui até que eu decorasse todas as nuances deste verde predominante;
Até que se esgotasse do meu saber todas as matizes desse lago;
Até que este espelho d'água pudesse mentalizar todos os reflexos do mundo um pouco acima...apenas separado por uma linha horizontal;
Até que eu terminasse de traduzir tudo o que o zéfiro me soa;
Até que todos os raios solares penetrassem em cada célula ali presente, ou fossem absorvidos por cada folha enquanto a luminosidade oscila.
Ou até que eu pudesse encontrar todos os raios perdidos nas tranparências da água;
Até que eu pudesse contar e recontar quantas flores brancas cintilando azul existem dançando no ar! não! Espere! São borboletas! ... seres efêmeros, mas com tempo sufuciente para cumprir a missão de mostrar a beleza que a vida tem a oferecer, e a fazem com tanta magnitude! Só não é tempo o bastante para saciar minha retina, mas completam meu sorriso.

Não subestime este pequeno patamar, pois seu clima etéreo é capaz de remeter ao esquecimento de uma realidade por vezes doentia, faz parecer ilusão o que é real, confunde por ser difícil acreditar em uma contradição tão contraditória. Como pode haver tanta discrepância?! Mundos paralelos em um mesmo mundo?!
Um lugar real, mas agora percebido como algo onírico em minhas reflexões, e nao deve ser
preterido pelo meu ser...

Essa Cantareira canta e me encanta...


...Nay...

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Atemporal

O rotineiro caminho, o mesmo trem de sempre
O fastio ronda e por vezes afronta
Mas...de repente...o surreal perfuma a atmosfera...

São muitos vagões, infinitos vagões
Há acesso a todos os corredores
Segue seu itinerário
Paulatinamente mais veloz, um único sentido
Observa-se pela janela tudo voar
Desfigurado e desfocado de luzes
Quase impossível discernir o que se passa

Percebo que segue no destino contrário de onde devo chegar
Não há como descer
Não hesito, pelos corredores disparo trôpega
Corro no sentido contrário, não sei contra o quê
Ou quem está no sentido errôneo
Ele não pára, eu não paro, quase caio
Nada pára, nunca chega
No desespero tento segurá-lo
Nenhum recurso funciona.

Imagens e informações passadas despercebidas
Situações insaciadas, insatisfeitas
Nada vi, nem senti
De súbito páro de olhos perplexos
Não há fim, há solitude
Devagar, passos inseguros para trás
Com um giro retorno
Agora no sentido oposto ao inicial
Nem certo nem errado
Apenas no sentido do tempo
Respiro e rindo insisto em correr.
...Sentada...viajando...
...Nay...

Adiado


Esperaste por "aquilo" dito não correspondido, mas afirmo ser uma correspondência atrasada.
Não era ausente nem presente, apenas existente em potencial, mas agora bem real.
Na minha concepção o "agora" é tarde, ou talvez cedo. Não importa, não é conveniente.
Só prometa apartar de ti a impressão ou sensação de sentimento unilateral.
Agora é a minha vez...

...Nay...

terça-feira, 12 de maio de 2009

Recusas

To numa recusa de aceitar o que há...não dessas recusas de gênero, número e grau, em que o único sentido provém das notas que tenho na carteira ou de quantos bens eu já sou portadora, ou antes se já estou namorando um príncipe...tanto porque não acredito em príncipes.
A minha recusa advém do fato de eu não aceitar facilmente que a vida, pra mim verdadeira vida, que eu sonhava quando criança, e que sonho ainda continuamente por detrás de uma espessa névoa, seja substituída por essa, prática e manipuladora, servil e burocrática que acaba nos levando mais cedo, ou menos vividos, para o caixão. Eu não aceito.
Não quero me vangloriar pela quantidade de bens que possuo, isso não é uma conquista. É simplesmente ação e reação: eu trabalho, eu consigo comprar bens...onde há conquista nisso? Isso só faz com que as pessoas acordem de manhã, percam 40 a 60% do seu dia trabalhando, muitas vezes naquilo que nem se gosta. Bom...aí ele compra a casa, o carro, as roupas que sempre quis...E?
E nada...Não tem complementação. É só isso. A emoção de se conquistar o bem que se queria é proporcional a dificuldade de se obtê-lo...mas sendo grande ou pequeno, é uma emoção momentânea...passa com o tempo...o que faz com que continuamente a gente deseje sempre conseguir outro bem, maior ou melhor, novo sempre...e isso vira um círculo...trabalha = compra o que quer, trabalha um pouco mais = compra algo um pouco maior/melhor...e assim vai.
É...somos seres emotivos, nos movemos motivados por isso, por mais racional que se seja. Sempre as pessoas fazem algo esperando que aquilo as torne feliz, ou seja subsidio para que sejam felizes. Esperamos sempre que haja em algum momento do dia alguma sensação de contentamento, pra justificar o fato de estar de pé. O que nosso modo de vida fez foi simplesmente colocar essa emoção em bens materiais, porque é muito mais fácil e prático de se obter.
Pois é. É isso que eu não aceito...
Eu quero essa emoção quando o sol tocar minha pele e sentir que cada pedacinho do meu ser se esquenta com aquele calor...até chegar a alma. Quero essa emoção quando eu ouvir o sopro do vento e fechar os olhos tentando entender o que ele está tentando me dizer...quando esse mesmo vento passar por mim e por um breve momento me fazer esquecer o que quer que seja. Quero essa emoção quando cansada de uma subida apresente-me a vista um maravilhoso espetáculo de cores. Quero essa emoção quando cansada de todas as minhas dores a chuva vir lavar meu corpo. Quero essa emoção quando todos os meus sentidos se aguçarem na água gelada de uma cachoeira. Quero essa emoção no sorriso feliz de uma criança quando a brisa mexer com seus cabelos. Quero essa emoção nas disparidades de culturas e línguas de diferentes países que quero encontrar no que sonho ser um dia minha vida. Quero essa emoção na cumplicidade e lealdade de um amigo, na fraternidade e bem querer de uma família. Quero essa emoção num amor que tenha a calmaria de um mar sem ondas, e o desejo do mar em ressaca.
Não sei ainda quem eu sou...e talvez eu nunca venha a saber. Mas tenho a absoluta certeza do que não quero carregar.

Por Mayra

sábado, 2 de maio de 2009

Parasita

Algumas bombas em cada mão
Cada bomba uma situação
Impossível contar quantas são
Em cada dedo um coração
As bombas parecem iminentes e urgentes
O desejo é para que sejam breves
Pois não há mais como suportar
Em demasia dói até se esquecer de respirar
Antes fosse fácil não lembrar
Mas não basta esquecer ou reprimir
Se involuntariamente se continua a sentir
E só de pensar no explodir
Um medo intenso insiste em agredir
Nada será suprimido, tampouco esquecido
Apenas mantido e não mais sentido

Algumas delas permanecem há dias, outras há meses e a maioria há anos.
As mais veementes sempre acompanharam.
Mas seria injusto afirmar que nada mudou, afinal, vieram outras para somatizar.
Acreditar que reprimi-las seria uma trégua para todos foi um equívoco;
Pois o tempo esqueceu-se de sua incumbência.

Difícil concluir porque se encontram aqui, se deliberadamente não há mais nada a ser feito.
Ainda mais que nunca pertenceram a este patamar.
Causam aversão e tamanha confusão.
Repudia-las seria interessante, mas isso seria negar a própria existência.
Todavia ainda se torna necessário explodi-las.

Não sei se restará algo de mim
Ou se algo a mais virei a ser
Então fico com a esperança e o medo se compensando
E enquanto não ocorre...

Implodindo...Implodindo...Implodindo...

...Nay...

quinta-feira, 30 de abril de 2009

Ecos do passado.

Passado é algo longinguo, do qual você se arrepende ou não. Ou ambos. Passado pode ser aquela folha de rascunho do presente, ao qual você queria que fosse realmente somente uma folha de rascunho, ou pode ser aquela obra prima na qual você quer pendurar até mesmo na parede do futuro.

Passado foi passado pra trás, mas nunca numa velocidade suficiente que não permita que ele te alcance um dia e te faça encara-lo de frente. Passado não brinca de ser, ele foi. E por isso passado é algo que todo mundo quer passar pra trás.

Quando a gente se depara com esses ecos do passado é algo estranho. Tudo num instante está na sua normalidade, você com o que aprendeu,  ele lá atrás. Aí ele aparece e te sorri (ou te fulmina com o olhar) e você se vê num jogo de palavras, num turbilhão de explicações, difamações, sonhos perdidos, sonhos conquistados, em que o único alvo é você.

Então você tenta limpar aquela mancha negra que tá ali no passado...pensa "já que ele tá aqui, vamos tentar ajeitar"...e você percebe que não limpa. Não importa o que faça...não limpa...porque aquilo tudo que você quer limpar não depende só de você...mas de todas as pessoas que ajudaram a fazer a mancha. E com elas você não pode contar..porque você só tem você.

Pior é quando você percebe que além do seu passado, há também as versões que as pessoas fizeram sobre o seu passado, seja por verem somente através da retina de outros olhos, seja para tornarem o próprio passado mais imaculado para os outros. Aí além do seu passado vindo a tona, vem de mãos dadas com ele o passado que alguém decidiu desenhar de você.

Só há uma coisa a se fazer...pegar o seu passado, abraça-lo, e agradecer pelo que ele te ensinou. E com o passado que fizeram pra ti? Bom...esse é só deixar de lado, porque ele com certeza alcançara a pessoa que o fez...Assim como já alcançou.

Engraçado pensar que, como uma pessoa que irá rodar os quatro cantos do mundo, como mochileira que sou, tem sua maior lição justamente aqui...num momento que foi tão pífio. Engraçado pensar que, justamente o momento mais dolorido pode ser também o que deu mais força. Nessa estrada que me puxa a frente é fácil sorrir ao perceber que carrego comigo a lição de que ninguém pode te derrubar, de não tomar pra mim menos do que mereço...e de principalmente jamais mudar uma vírgula do que sou, se isso desestruturar minha essencia, por ninguém.

Quem não acredita que a gente deixa de existir em algum momento, é porque nunca experimentou a hilariante sensação de ser puxado pra dentro de uma amarga insanidade...onde o senhor dos seus atos é quem está manipulando as cordas da marionete que você virou.

A Mayra deixou de existir durante uns oito meses. Mas cumpri meu papel e logo após cortei as cordas. Quando cai ao chão com o impacto de ter me soltado, demorei mais uns dois meses pra juntar tudo e encaixar da forma que eu lembrava que eu era...E eu sei que uma parte eu deixei ali jogada no chão...e fiz isso pra que nunca mais pudesse voltar a ser sugada pra dentro de mim.

Quando se encontra com o passado só há duas coisas a se fazer, chorar ou sorrir...independente do que ele te traga. Eu escolhi sorrir para esse que veio me visitar...porque apesar dele ter o gosto amargo da estupidez humana, ele também tem o gosto doce da superação.

Hoje eu sou a Mayra que era antes daqueles oito meses, com uma parte a menos, e a Mayra que aprendeu uma lição. Hoje eu sou a Mayra que se reconstruiu e a Mayra que se permitiu reconstruir melhor. E pro passado que veio me visitar é isso que mostro.

Agora?

Sigo em frente....porque na estrada lá na frente tá fazendo um sol lindo.

Por  Mayra

 

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Rotineiro

Acorda Pedrinho
O mal não te espanta
Pedrinho se cansa, Pedrinho não canta
Corre Pedrinho
A lua te guia, o sol de campana só fim de semana
Sacode Pedrinho
Ainda é semana, pega o busão, se joga na lama
Atrasa Pedrinho
É a enchente, amiga do lixo, inimiga da gente
Se humilha Pedrinho
Diz que entende, paga o que pode e o resto desmente
Trabalha Pedrinho
Não fique doente, finge que é paz a rotina da gente
Se manda Pedrinho
Empurra! Vá em frente, leva pra casa o suor dessa gente
Se vira Pedrinho
Aluguel atrasou, a luz cortou, telefone pifou a merenda acabou
Não cospe Pedrinho
Engole o amargo, barraco inundou, o filhou afogou, mulher endoidou, memória apagou
Mas anda Pedrinho
Seja valente, a vida não cessa, siga em frente
Vamos Pedrinho!
Patrão tá a espera
Levanta Pedrinho!
Patrão tá uma fera
Pedrinho??
.........

Pedrinho já era.

Por Mayra

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Respire...

Inspira já ansiando pelo expirar, não tanto pela "mera" necessidade de manter-se vivo e ativo, mas para tentar livrar-se, mesmo que por intervalos breves, do "perfume" impregnante e fedorento que rasga os pulmões, inflama as narinas, nauseia o estomâgo, amarga o âmago e suscita um dia menos aspirante, tornando urgente... imprescindível... letal...aspirar natura.

Mais um pouco e...

Inspira e retorce...
Expira e vomita...
Inspira e grita...
Expira e falece.

...cingida dessa fragrância que arrebata e abraça-me em ti. A minha própria, não sei porque, também traz o seu aroma nostálgico...
...Nay...

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Tell everyone in the world, that I'm you

Depois de uma prova...nada melhor que uma das minhas (novas) músicas favoritas pra esquecer....




"Why can't you see that you are, my, child
Why don't you know that you are, my, mind
Tell everyone in the world, that I'm, you
Take this promise to the end, of, you"

Por Mayra

terça-feira, 14 de abril de 2009

Fé (licidade)

Ela mora naquela esquina, onde João é Maria e brinca de ser ladrão...
Come daquela lata, onde os ricos jogam por arte o que pra ela é ganha pão
Trabalha até nos domingos juntando teu papelão
Ri de todos meandros e canta a sua canção


Mas mulher...


Ô mulher, porque não olha pra mim quando falo contigo?

Que vergonha é essa que te faz esconder essa gengiva ?
Que é esse medo bobo de trocar plurais por singulares e não saber fazer letra de mão?
Qual é a desses olhos, porque te causo tamanha admiração?

Não poderia eu olhar em teus olhos! Pois o meu conforto é a tua desenganação!
Me ensina tu a sorrir! Pois mesmo com todos meus dentes, meu sorriso não carrega a felicidade do teu riso tão crente!
Declame tu a poesia do dia a dia...pois tuas palavras dizem facilmente a verdade desse presente!

E que os meus olhos...
Que meus olhos te admirem! Por sofrer as penas da vida, por ser tão excluida, por dobrar o estomago de fome e ter por lar uma rua bandida...mas mesmo assim...mas mesmo assim mulher...ainda ter na voz essa canção....ainda ter na lingua essa palavra - Deus -...ainda ter no peito uma crença...ainda ter na vida...ainda ter a vida....
Fé...

Por Mayra

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Superação

Alguns espasmos...
Algumas interjeições...
Alguns hematomas...
Algumas distenções...
Alguns estalos...
Algumas gotas de suor...
Alguns medos...
Algumas limitações de movimento...
Alguns dias de abstinência...

...e pronto...um sorriso!

algumas dores para suprimir minhas dores..


...Nay...

sábado, 11 de abril de 2009

Permita-me sentir por um Momento

Desde a nuance mais genuína e clara incipiente no horizonte, até seu outro extremo com seu etéreo escuro azul, senti a tão esperada paz que há tempos não me acometia.Contemplei e admirei a lua! A qual se manifestou pela metade, mas com reluzente fulgor e luz.Seu véu parecia tocar o céu! E que harmonia!Como se não bastasse tamanho esplendor, ainda reuniu suas comparsarias para que pontilhassem o espaço privado de sua luz e tornasse seu espetáculo de despedida o mais lindo dos momentos, e então, iminentemente, dar lugar ao nosso impetuoso círculo de fogo.

Não que essa magnífica cena não ocorra todos dias, mas esta madrugada apresentou a imensidão, e surtiu tal efeito em meu ser que me remeteu ao encanto, esperança e bons presságios que o mundo ainda insiste em me prometer.

Nesse contexto, ainda imergida neste momento, ouso dizer mais:
Em meio a tal idílio, e como se não houvesse mais nada, minha compleição se tornou fausta e suave, e de olhos cerrados e marejados deixei-me extasiar. Em minhas reminiscências almejo panoramas bucólicos, nos quais aguardo cingir-me de zéfiros que carreguem todos meus tétricos pensamentos e me livre dessa cinza urbanização selvagem!

Pena! Era efêmero!

...Nay...

quinta-feira, 9 de abril de 2009

Amor que não é verbo.

Sigo.

Há estradas a seguir e tantas vielas sem calçamento... escolher uma delas exige um certo tempo...perco parte dele me perguntando: acaso queira, posso voltar e escolher uma outra estrada?
Escolho uma delas. É uma estrada escura, mas mais iluminada do que as outras, de qualquer forma caminho lentamente...o medo de tropeçar, muitas vezes, me faz parar. 

Dor. 

Era uma pedra, me fez cair, e a dor ao levantar chega a ser pior que a dor da queda. O amargo que assalta minha boca penso não ter cura. Levanto.
O fardo agora pesa ainda mais, penso em me livrar dele...se eu o jogar ali no cantinho, nessa estrada escura, talvez não o ache mais, e nem tenha o perigo de alguém o encontrar.
Caminho mais alguns passos e logo tropeço de novo, dessa vez não numa pedra...é mais um fardo jogado na estrada, e ele insiste em subir em minhas costas.
Conforme caminho solto os fardos, conforme tropeço eles se somam novamente ao peso de minhas costas.

Cansaço
Respiro
Em frente...

Apesar da escuridão sinto uma presença. Posso ver se me esforçar...

Um homem passa por mim.. tropego, cansado, machucado...ele me para.
Sem nada dizer, tira o fardo das minhas costas e acrescenta ao enorme volume que carrega nas suas...olhando percebo que tudo que ele carrega são os diversos fardos que deixei pra trás.

Ouso questionar....Ele levanta o olhar...

Como se amar não fosse apenas um verbo, Ele me amou.
Como se ao se doar não ferisse o corpo, Ele se doou.
Como se o mundo não terminasse aqui, Ele continuou.
Como se já não houvessem dúvidas, Ele acreditou.
Como se não houvessem os surdos, Ele elevou sua voz.

Tirou o meu peso.
Tratou minha ferida.
Abençoou minha vida.

Não pude agradecer...não pude alcança- Lo...mesmo com todo aquele peso andava Ele depressa demais...
Senti que por mais que me esforçasse, nada se compararia ao amor dEle.

Sorrio.

Não estou só. Entrego -me em agradecimento.

A estrada se ilumina.

Por Mayra

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Abstrai e exterioriza

O universo é constituido por estrelas, planetas, galáxias, buracos negros e tantas coisas mais...nosso universo, o que estamos agora dando boas vindas as pessoas que queiram conhecer , não é feito de nada disso, a não ser em nossas contemplações. Nosso universo é constituido por pensamentos, por quimeras, por desejos, por medos e anseios, amor e ódio, realidade e sonho, por racionalidade e sentimentalismo...por Eros e Psiquê.
Aqui é valido a tentativa de expressar certas “poesias recônditas” de nosso ser, seja em prosa ou verso, rimado ou indiferente, em muitas palavras ou simplesmente uma certa união de letras, coerente ou insano, elaborado ou lançado, feliz ou displicente, onírico ou real (e até surreal), seja ditadas pela razão e/ou emoção, o certo é que são desabafos de almas que pensam demais, mas não espere encontrar aqui disposições filosóficas.
Ao entrar em nosso mundo esteja disposto a entrar em contradição, a não entender, ou simplesmente acompanhar nossa linha de raciocínio (ou demência). Nos permita ter a pretensão e a audácia de colocar em palavras o que fervilha em nosso ser.
Abstraia-se, como diria a Nay...se permita ir e enxergar além, pois só assim talvez acompanhe um pouco do que duas almas confusas e contraditórias querem dizer. 

Exteriorize, como diria a Mayra...compartilhe com a gente teus pensamentos, nos ensine através do que é confuso em sua alma.

Bem vindo, ou não, a um pouco do que somos. Mayra e Nay.