quinta-feira, 21 de maio de 2009

Atemporal

O rotineiro caminho, o mesmo trem de sempre
O fastio ronda e por vezes afronta
Mas...de repente...o surreal perfuma a atmosfera...

São muitos vagões, infinitos vagões
Há acesso a todos os corredores
Segue seu itinerário
Paulatinamente mais veloz, um único sentido
Observa-se pela janela tudo voar
Desfigurado e desfocado de luzes
Quase impossível discernir o que se passa

Percebo que segue no destino contrário de onde devo chegar
Não há como descer
Não hesito, pelos corredores disparo trôpega
Corro no sentido contrário, não sei contra o quê
Ou quem está no sentido errôneo
Ele não pára, eu não paro, quase caio
Nada pára, nunca chega
No desespero tento segurá-lo
Nenhum recurso funciona.

Imagens e informações passadas despercebidas
Situações insaciadas, insatisfeitas
Nada vi, nem senti
De súbito páro de olhos perplexos
Não há fim, há solitude
Devagar, passos inseguros para trás
Com um giro retorno
Agora no sentido oposto ao inicial
Nem certo nem errado
Apenas no sentido do tempo
Respiro e rindo insisto em correr.
...Sentada...viajando...
...Nay...

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