terça-feira, 14 de abril de 2009

Fé (licidade)

Ela mora naquela esquina, onde João é Maria e brinca de ser ladrão...
Come daquela lata, onde os ricos jogam por arte o que pra ela é ganha pão
Trabalha até nos domingos juntando teu papelão
Ri de todos meandros e canta a sua canção


Mas mulher...


Ô mulher, porque não olha pra mim quando falo contigo?

Que vergonha é essa que te faz esconder essa gengiva ?
Que é esse medo bobo de trocar plurais por singulares e não saber fazer letra de mão?
Qual é a desses olhos, porque te causo tamanha admiração?

Não poderia eu olhar em teus olhos! Pois o meu conforto é a tua desenganação!
Me ensina tu a sorrir! Pois mesmo com todos meus dentes, meu sorriso não carrega a felicidade do teu riso tão crente!
Declame tu a poesia do dia a dia...pois tuas palavras dizem facilmente a verdade desse presente!

E que os meus olhos...
Que meus olhos te admirem! Por sofrer as penas da vida, por ser tão excluida, por dobrar o estomago de fome e ter por lar uma rua bandida...mas mesmo assim...mas mesmo assim mulher...ainda ter na voz essa canção....ainda ter na lingua essa palavra - Deus -...ainda ter no peito uma crença...ainda ter na vida...ainda ter a vida....
Fé...

Por Mayra

Um comentário:

  1. da epoca mais antiga...meu preferido é machado ... da contemporanea... minha favorita é a mayra...sim essa mesmo...e eu tenho o privilegio de conhece-la ...e muito bem!...amo

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