sábado, 2 de maio de 2009

Parasita

Algumas bombas em cada mão
Cada bomba uma situação
Impossível contar quantas são
Em cada dedo um coração
As bombas parecem iminentes e urgentes
O desejo é para que sejam breves
Pois não há mais como suportar
Em demasia dói até se esquecer de respirar
Antes fosse fácil não lembrar
Mas não basta esquecer ou reprimir
Se involuntariamente se continua a sentir
E só de pensar no explodir
Um medo intenso insiste em agredir
Nada será suprimido, tampouco esquecido
Apenas mantido e não mais sentido

Algumas delas permanecem há dias, outras há meses e a maioria há anos.
As mais veementes sempre acompanharam.
Mas seria injusto afirmar que nada mudou, afinal, vieram outras para somatizar.
Acreditar que reprimi-las seria uma trégua para todos foi um equívoco;
Pois o tempo esqueceu-se de sua incumbência.

Difícil concluir porque se encontram aqui, se deliberadamente não há mais nada a ser feito.
Ainda mais que nunca pertenceram a este patamar.
Causam aversão e tamanha confusão.
Repudia-las seria interessante, mas isso seria negar a própria existência.
Todavia ainda se torna necessário explodi-las.

Não sei se restará algo de mim
Ou se algo a mais virei a ser
Então fico com a esperança e o medo se compensando
E enquanto não ocorre...

Implodindo...Implodindo...Implodindo...

...Nay...

2 comentários:

  1. "Nada será suprimido, tampouco esquecido
    Apenas mantido e não mais sentido"

    E tudo confunde, e tudo pertuba...e nada muda, e nada se cala...uma hora vai chegar que a implosão será iminente

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  2. e daí, se eu acordar e descobrir que não era um sonho?

    eu morro de viver!

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